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domingo, 27 de janeiro de 2008

Toon Service: Vamos falar sobre coisas boas... como a abertura do Fantástico de 1983.

O vídeo:


- A partir da década da década de 1980, as aberturas do Fantástico se tornaram superproduções, com cenários futuristas e figurinos arrojados, unindo as possibilidades da computação gráfica às habilidades humanas, representadas pela dança.
- Foi o início de um período de dez anos de grande avanço tecnológico e artístico da TV Globo. A emissora começara a desenvolver, junto com a empresa Pacific Data Image (PDI), dos Estados Unidos, um sistema de computação gráfica tridimensional que permitia a criação de imagens geradas por computador através de descrição procedural. Essas novas técnicas de computação gráfica deram à identidade da emissora uma plasticidade visual sem paralelo com nenhuma outra no mundo.
- Boa parte dessas inovações estéticas eram obra de uma dupla de designers: o brasileiro Nilton Nunes, um dos responsáveis pelas aberturas e vinhetas da TV Globo nos seus primeiros anos, e o austríaco Hans Donner. Em 1984, a dupla realizou uma abertura para o Fantástico que ficaria na história da televisão brasileira.
- Hans Donner se inspirou nos filmes de ficção científica, na geometria e nos desenhos tridimensionais do artista holandês M.C. Escher para criar uma vinheta na qual a computação gráfica interferia em formas geométricas. Para realizá-la, o austríaco requisitou a ajuda de Richard Chuang, Glenn Entis e Carl Rosenthal, três jovens designers americanos especialistas em alterar textura, luz, coloração e volume de desenhos e imagens inseridos em computador.
- Na abertura, feixes de luz com as cores do arco-íris trespassavam várias vezes uma imensa pirâmide dourada, formando cinco plataformas que flutuavam no espaço. Sobre elas, bailarinos usando fantasias estilizadas, repletas de referências geométricas, executavam uma coreografia ao som do tema do programa, com um arranjo instrumental composto por Guto Graça Mello. O mesmo processo se repetia nas cenas seguintes com uma pirâmide invertida e um cone.
- O grupo de 24 bailarinos era formado por 16 mulheres e oito homens, egressos do corpo de baile da TV Globo e do grupo de dança Vacilou, Dançou – da coreógrafa Carlota Portela, que criou a coreografia executada na abertura. Os trajes dos bailarinos, feitos de couro e com decotes ousados, foram criados por Silvia Trenker, idealizadora de todos os figurinos das aberturas do Fantástico a partir de então.
- Uma pirâmide de quase oito metros de altura, feita de madeira e ferro, que reproduzia o cenário de animação computadorizada da abertura, chegou a ser construída no Estádio do Maracanãzinho para que fossem gravadas as imagens do balé. Um erro no ajuste da altura das câmeras, entretanto, inutilizou o plano, e a coreografia teve de ser realizada no chão, com os bailarinos divididos em vários grupos no mesmo nível, enquanto as câmeras eram posicionadas de forma a dar a impressão de que eles estavam dançando em plataformas de alturas diferentes. A abertura do Fantástico ganhou repercussão mundial e chegou a ser capa da conceituada revista Eletronics theater, da Siggraph.

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